O longa de animação Bolt, que estreou no Brasil recentemente, inclusive com exibições em 3D, mostrou que o declínio dos estúdios Disney é coisa do passado. Com um roteiro inteligente e bem-humorado, o filme apresenta a história do simpático cãozinho Bolt, que protagoniza uma série de ação para TV ao lado da garotinha Penny. Após um episódio em que Penny é seqüestrada, Bolt se vê obrigado a salvá-la e foge do estúdio. Porém, ele acredita que é um herói com superpoderes e, ao encarar a realidade das ruas, acaba descobrindo o perigo de verdade.
Da telona às telinhas Em vez de acompanhar a história do filme, o game reproduz as aventuras de Penny e seu supercão, como se fosse uma maratona de episódios da série Bolt. Apesar de a idéia ser boa, permitindo que o jogador incorpore tanto Penny em fases de ação furtiva quanto Bolt, que parte para o ataque frontal e frenético, o enredo é fraco e superficial, ao contrário do filme. Isso não afeta, entretanto, a diversão. A mecânica alia elementos dos jogos de plataforma em 3D, ação e espionagem, fazendo uma mistura interessante. Com a garotinha Penny, o jogador deve se infiltrar em fortalezas inimigas. Embora não traga superpoderes como Bolt, seu patinete multifuncional lhe serve para muitas ações. Suas fases são voltadas à exploração, realização de quebra-cabeças e ação furtiva, obrigando o jogador a passar despercebido entre os inimigos ou então eliminá-los antes que eles o percebam - nada muito profundo como em Metal Gear Solid, porém. Algumas outras funções, como a visão de Raio-X, que mostra detalhes escondidos dos cenários, ajudam a deixar a mecânica um pouco mais interessante. Já Bolt é dotado de superpoderes e enfrenta os inimigos de frente, criando longas seqüências de golpes. Um comando de ação permite acabar com o oponente de maneiras diferentes e divertidas, lançando-o longe ou executando uma série de golpes. Mais ágil e forte que a garota, Bolt pode dar saltos mais longos, destruir barricadas com o superlatido, além de outras habilidades especiais apresentadas no filme. Somando as duas fórmulas de jogo, Bolt se mostra um competente e divertido título de ação e plataforma, e utiliza de maneira criativa as habilidades dos protagonistas. Contudo, os mesmos desafios se repetem com uma certa freqüência, o que acaba sacrificando um pouco a diversão. Cenas animadas que exigem comandos rápidos do jogador, como emResident Evil 4 ou God of War, são bacanas no começo, deixando a ação mais cinematográfica, mas se tornam enfadonhas e repetitivas com o tempo. No mais, trata-se de um jogo caprichado, com uma produção que, obviamente, não se iguala à do filme, mas também não fica aquém aos jogos adaptados do cinema. Os cenários são geralmente ricos em detalhes, principalmente nas versões para Xbox 360, PlayStation 3 e PC. As animações, fluidas e graciosas, também agradam. Com algumas músicas empolgantes de séries policiais, a trilha sonora ajuda a enaltecer a ação, ainda que ela nunca fique realmente tensa, devido o baixo grau de dificuldade. Para os que preferem a versão totalmente em português do PC, que traz uma localização até competente mas que sofre um pouco com o volume desbalanceado, vale ressaltar que o controle via teclado é terrível e dificulta muito a realização de certas ações no jogo. Infelizmente, não há suporte a joystick. Já as versões para consoles, em inglês, não sofrem dos mesmos problemas. Em resumo Seguindo um caminho diferente do filme, Bolt consegue se destacar por sua mecânica, que mescla ação, aventura e plataforma de maneira competente, apesar de nunca oferecer a mesma empolgação do longa-metragem. Alguns desafios se repetem à exaustão, o que pode cansar o jogador mais impaciente. Apesar de seus problemas, é um jogo bem produzido, bonito e divertido, que deve agradar em cheio às crianças.
Fonte:Terra Games
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