segunda-feira, 27 de abril de 2009

Análise Prince of Persia

Posted by William Mendes - @WillCenter On 23:02 0 comentários

Esqueça absolutamente tudo o que você conhece da série Prince of Persia. Esqueça Sands of Time, Warrior Within. Na nova investida de uma das séries mais clássicas da história dos videogames, a Ubisoft apresenta aos gamers um Príncipe completamente novo num mundo igualmente inédito com uma nova companheira de aventuras e com uma filosofia muito diferente em termos de design.


Enquanto você ficar apegado ao estilo de
Prince of Persia, tanto em termos de jogabilidade ou visuais, mais difícil será para você se acostumar com o novo PoP. Mas assim que você aceitar essa mudança, irá se apaixonar pelo novo game do Príncipe, ou pelo menos, por sua linda companheira.

Logo de cara você já irá perceber a grande mudança nos rumos da série, já que o novo Príncipe não lembra nem de longe um príncipe de verdade e sim um ladrão digno dos melhores contos das 1001 Noites, e muito menos também lembra o clássico personagem protagonista dos últimos jogos da série. Normalmente, principalmente em termos de games e se tratando de uma das séries mais tradicionais e adoradas pelos gamers, mudanças podem significar sérios desastres. Porém, em PoP essa transformação levou as coisas de bom para melhor, e até mesmo aquele fã mais chato e conservador da série irá ficar babando após algumas horas de jogo.

Baseado na mitologia zoroastriana, Prince of Persia traz a eterna batalha entre o bem e o mal, e claro, o novo príncipe de algum jeito cai no meio de tudo isso e daí começam suas aventuras. De acordo com essa mitologia, um de seus deuses, Zurvan, era um deus que sempre desejou ter herdeiros. Durante mil anos, Zurvan oferecia sacrifícios buscando o seu tão desejado filho, porém sempre em vão. Quando já havia perdido totalmente a sua fé, Zurvan enfim conseguiu o desejo tão obcecado e teve dois filhos: Ormazd e Ahriman.

Zurvan então prometeu que Ormazd, que foi a quem ele sempre dedicou o seu amor em seus sacrifícios, seria rei. Em sua benevolência, Ormazd ofereceu esse privilégio ao seu irmão Ahriman, o filho renegado pelo deus Zurvan. E é aí que começa toda a história da luta entre o bem e o mal, entre os irmãos Ormazd e Ahriman, e as novas aventuras de PoP.

A trama

Há dez mil anos atrás, o deus do mal, Ahriman, espalhou a corrupção e a maldade por todos os cantos buscando dominar todo o mundo e se vingar do irmão Ormazd, que sempre foi favorecido pelo deus Zurvan. Os fracos de coração foram facilmente corrompidos com as promessas de poder infinito de Ahriman, e assim, a escuridão se espalhou rapidamente pelo mundo. Ao ver tudo quase que totalmente perdido, o deus Ormazd traz de volta a luz ao mundo e acaba com o domínio de Ahriman, aprisionando-o na Árvore da Vida. Feito isso, um clã jurou com suas vidas guardar e proteger a Árvore da Vida para que nunca os seguidores da escuridão libertassem Ahriman de sua prisão. Porém, dez mil anos se passaram com muitas coisas se perdendo no tempo, e Ahriman se libertou novamente para espalhar a escuridão por todo o mundo.

As aventuras do game começam quando o Príncipe sai para procurar o seu burrinho e se perde numa forte tempestade de areia. Claro que essa não é uma simples tempestade e o herói é transportado para um novo mundo cheio de misticismo. Ao chegar nesse novo lugar misterioso o novo Príncipe encontra a belíssima Elika, uma descendente do um clã que jurou guardar a prisão do maligno deus Ahriman.

Como má sorte sempre tende a piorar, o Príncipe e Elika se encontram bem a tempo de testemunhar a libertação de Ahriman de sua prisão na Árvore da Vida. Sua fuga espalha novamente a corrupção aos quatro cantos do mundo e continuará se espalhando a não ser que o Príncipe e Elika lutem para impedir. Daí começa a aventura!

Dupla dinâmica

A jogabilidade de PoP é totalmente influenciada pela constante companhia de Elika ao Príncipe. Apesar de você não conseguir controlar Elika, a jogabilidade é totalmente cooperativa e a mocinha não se destaca apenas por sua beleza, pois em muitos momentos do jogo ela é a sua saída para muitas tarefas, como por exemplo, ajudar nos combates e saltar grandes precipícios.



O grande destaque de PoP é realmente Elika e sua significância para a história e jogabilidade do game, talvez com o passar do tempo de jogo você comece a se importar mais com a segurança dela do que com a do seu próprio personagem. Como já disse mais acima, você não controla efetivamente Elika, mas você pode designar comandos para ela, como saltos duplos, movimentos de combate e magias, de maneira extremamente simples com apenas um toque no botão, e isso é tudo. A sua inteligência artificial beira à perfeição já que ela não atrapalha o seu caminho em nenhum momento, o que é uma coisa muito boa considerando a velocidade com que o Príncipe se move pelos cenários do jogo. Na verdade, as ações de
Elika são uma excelente mistura de movimentos que vimos em muitos jogos dos últimos anos, a Ubisoft separou os melhores elementos que conseguiu achar e deu a eles uma única forma, o que faz com que a personagem seja uma perfeita extensão natural da jogabilidade, diferentemente de muitos outros jogos que também se utilizam desse sistema
As ações do Príncipe são tão simples quanto os comando de Elika. Cada uma delas é designada para apenas um botão, sendo que um é para acrobacias, outro para sua espada e um para a sua luva multifuncional. Os comando de pulo e ataque podem ser utilizados enquanto você corre, já a sua luva será utilizada quando você pular contra paredes e precisar deslizar de um lugar para outro, o que não é uma tarefa muito complicada, se comparada aos últimos jogos da franquia. A
Ubisoft aplicou em PoP a mesma engine utilizada em outro grande sucesso da empresa, o game Assassin's Creed, portanto em alguns momentos você irá lembrar de muita coisa desse jogo.

Quando você estiver correndo pelo mundo, fazendo sequências acrobáticas e etc., você irá estranhar um pouco a ação do game no início já que está acostumado há anos com diversos tipos de ação em games de plataforma. Mas ao contrário do que parece, a jogabilidade do novo PoP é muito mais simples e consequentemente mais fácil, e em muitas maneiras melhor, do que em games anteriores da série e outros games do gênero.



Em geral, para se jogar
PoP você terá que relaxar e sentir a cadência dos novos movimentos do Príncipe. Ao contrário de outros jogos parecidos, você não precisará ficar apertando desesperadamente milhões de botões para fazer o que tiver que fazer. No game você irá basicamente pular, parar, pular, parar, usar Elika, pular e parar novamente, quando você encontrar o ritmo certo do jogo você irá apreciar algumas sequências de movimentos espetaculares que fluem de maneira incrivelmente natural.

Como em qualquer jogo, Prince of Persia tem falhas mas elas estão longe se serem regras e são na verdade, exceções. Em alguns momentos você acabará indo para uma direção que não tinha intenção, ou irá pular numa direção diferente da que você queria, mas isso é normal e não fará com que você arranque seus cabelos. Uma coisa que você irá perceber em Prince of Persia é que a jogabilidade do game foi totalmente direcionada para que o jogo flua com naturalidade ou que pelo menos transmita essa sensação, e isso a Ubisoft conseguiu fazer de maneira brilhante.

Por causa de sua jogabilidade, o game acaba se tornando fácil com o passar do tempo de jogo, e isso pode ser algo que irrite alguns jogadores já que os desafios podem não ser tão grandes. Mas apesar disso, existe uma boa quantidade de combinações de bombos em Prince of Persia o que pode fazer com que as coisas fiquem um pouco mais desafiantes do que o normal. A inteligência artificial dos seus inimigos é feita na medida certa e às vezes eles irão te complicar um pouco a vida.

Os combates também seguem a mesma filosofia das acrobacias do game. Você não ficará estraçalhando os botões para derrotar os seus adversários, na verdade, isso é algo que você definitivamente não irá precisar fazer em Prince of Persia, já que tudo é focado no ritmo do game. Se você for analisar bem, parece que a Ubisoft fez isso com o jogo para que os gamers fiquem admirando por mais tempo e mais a fundo o visual impressionante de PoP. Bom, mas sobre isso falaremos logo mais.

Obra de arte

Se há uma única palavra que possa descrever os gráficos de PoP, essa palavra é: fantásticos! O game cria um marco em termos artísticos para os jogos que virão por aí e, sem dúvida, irá marcar época em função disso. A equipe de produção da Ubisoft deixou de lado o visual dos avançados gráficos cel-shaded, utilizado praticamente em todos os jogos da atual geração, e preferiu optar por um visual de ilustração, que diga-se de passagem, são absurdamente fantásticos.

Os gráficos estilizados do game fascinam desde o primeiro momento e fazem com que o jogo lembre em muitos momentos um belo filme de animação, todos os gráficos do game são suave e contribuem muito para a aparência geral dos níveis, que são extremamente envolventes e muito bem produzidos visualmente.

Vale o grande destaque para o lindo visual de Elika, que com certeza irá fazer muitos marmanjos babarem a ponto de esquecerem Lara Croft e adotarem a mocinha como sua nova musa dos games. Calma mulheres, não vou ser machista. O visual do Príncipe, apesar de não ser tão bonito quanto a sua companheira, também é muito bem feito e irá impressionar muita gente.

Os gráficos do game são tão bem produzidos que, na minha opinião, são o grande carro-chefe de Prince of Persia. Essa combinação de ilustração, animação e gráficos 3D caiu muito bem e sem dúvida irá influenciar muitos jogos que virão por aí no futuro. Mais do que um simples game, PoP pode ser considerado uma convidativa experiência visual já que a Ubisoft caprichou muito.


VOU OU NÃO VOU?

Prince of Persia é um game totalmente diferente dos últimos jogos da franquia que vimos nos últimos anos. Além de sua boa jogabilidade cooperativa, o game apresenta Elika que definitivamente eleva o nível dos companheiros de jogos cooperativos. Trazendo as clássicas acrobacias através de plataformas que marcaram a série Prince of Persia, o que mais marca nessa versão da franquia é o visual fantástico do jogo. O game inova em seus gráficos de maneira extremamente bonita e impressionante. Sem dúvida, PoP se tornará um marco para outros jogos que virão por aí e será um daqueles jogos que são o destaque de uma geração de games.

Prince of Persia não é o melhor jogo já lançado na história de PC, PlayStation 3 e Xbox 360, e talvez nem seja o melhor jogo lançado em 2008, mas só por ser uma das sérias mais clássicas dos games e por trazer elementos que poderão marcar a história da franquia nessa geração, Prince of Persia é uma pedida obrigatória para os gamers que não irão se arrepender com o resultado da nova investida da série.

Fonte: Gamelib.com.br

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